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Malu na feira da Babilônia

Malu comenta personagens de A Vida da Gente

evista dez +
08/01/2012 16:38

Com amor é mais fácil

Sem agressões e com carinho, Dora consegue que namorado faça o que ela quer em 'A Vida da Gente'REDAÇÃO
Na vida real, a atriz Malu Gali conta que o marido cuidou do filho para ela viajar a trabalho

Dora (Malu Galli) recebeu Marcos, personagem de Ângelo Antônio em "A Vida da Gente", de braços abertos. Para sorte dele, que costumava ser humilhado pela primeira mulher, Vitória (Gisele Fróes).

E foi sem agressões verbais, mas com carinho, que Dora disse ao marido que, para o relacionamento deles dar certo, era preciso que ambos trabalhassem. Ele logo arranjou um emprego. “Se Marcos é um bon vivant, se tem uma falha de caráter, Lícia (Manzo, autora) é quem sabe, mas acho que ele é um homem sensível. E Dora sempre o valorizou. Marcos se sente forte, confiante ao lado dela”, opina Malu, que na vida real já trocou os “papéis” com seu marido, o artista plástico Afonso Tostes: “Fiquei um mês viajando pela França a trabalho, enquanto meu marido ficou cuidando do nosso filho, Luiz (de 11 anos). Temos de acabar com esse tabu, não existe mais isso na vida real e a novela mostra essa questão.”

No entanto, depois de aceitar um emprego numa agência de turismo, Marcos começará a ter problemas de relacionamento no trabalho, por achar que ocupa um cargo inferior ao que merece.

“Aos 20 anos você topa trabalhar em qualquer lugar, porque está começando a vida, a carreira. Mas, aos 40, quando ele tem um determinado conhecimento, ele tem também uma certa arrogância. Vamos ver se ele será humilde ou se vai preferir perder tudo”, diz a atriz, de 40 anos, que entende o drama do personagem: “Também teria dificuldade de trabalhar num lugar medíocre, sabendo que poderia render muito mais”.

Nas ruas, Malu Galli tem sentido a boa repercussão da trama: “As pessoas me dizem que adoram o casal (Marcos e Dora), torcem pelos dois juntos, dizem que são lindos e adoram esse romantismo que existe na relação deles”.

Malu Galli fala sobre sua personagem Dora e a TV.

Atriz busca realismo com personagem em 'A Vida de Gente'
14 de janeiro de 2012 18h53 atualizado às 19h29

Malu Galli está no elenco de 'A Vida de Gente'. Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias/Divulgação

Malu Galli está no elenco de 'A Vida de Gente'
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias/Divulgação

Apesar de ter estreado na televisão em Anos Rebeldes, de 1992, faz pouco tempo que Malu Galli começou a aparecer no vídeo com mais frequência. Seu atual papel, a Dora deA Vida da Gente, é mais próximo de sua realidade e um dos mais marcantes que fez na TV.

Sua personagem é uma médica que vive um conflito familiar: está lidando com a dificuldade de relacionamento entre sua filha e as de seu companheiro, Marcos, de Ângelo Antônio. Além disso, ela enfrenta problemas financeiros.

Na trama, Marcos deixa a mulher Vitória, vivida por Gisele Fróes, para iniciar o romance com a médica. "Não chegou a ser um triângulo amoroso porque o relacionamento da Vitória e do Marcos já estava arruinado. Ele se encanta pela Dora porque ela é tudo o que a ex-mulher não era. Até por isso, as duas personagens têm figurinos e tons completamente diferentes", analisa.

A Dora não tem características marcantes e a trama dela é muito próxima do cotidiano do público. Apesar disso, você fez algum tipo de preparação?
O Jayme (Monjardim, diretor) conversou muito comigo e com o Ângelo e disse que queria personagens que fossem próximos de nós mesmos. Eu sou mãe, já me divorciei, então essas questões me ajudaram para que não fosse necessário nenhum tipo de composição. Eu usei a minha própria bagagem para interpretá-la. A preparação foi encontrar o tom da novela, que busca despojamento e o máximo de naturalidade.

Em A Vida da Gente os personagens não são caracterizados como mocinhos ou vilões. Isso agrada você?
Gosto muito do tema da novela. Quando eu soube que a novela ia ser assim, o mais próximo possível da realidade, achei muito legal porque ainda é raro ver isso nas novelas. A Dora traz uma discussão muito contemporânea sobre o casamento de hoje em dia, em que você mistura filhos de casamentos diferentes. Outra questão envolvendo ela e o Marcos é a dos papéis familiares. Eles trazem a discussão do quão machista nós ainda somos em achar que o homem tem de ser necessariamente o provedor.

Você acha que esse perfil de personagem é uma tendência nas novelas?
Acho que essa não é uma tendência só da televisão. É uma tendência contemporânea, do teatro, do cinema. O público está querendo ver uma coisa descomposta de artificialidade. Os seriado americanos já apontam para uma teledramaturgia que a gente agora está começando a desenvolver aqui. Em que personagens fazem o mal sem serem essencialmente ruins, sem estereótipos. O público gosta de torcer, condenar, xingar, mas ele também gosta de se identificar com o que vê. Claro, que, em alguns casos, a artificialidade também é super bem-vinda.

Você tem uma ampla experiência no teatro e agora está mais familiarizada com a TV. Acha que o teatro dá mais oportunidades de o ator se aprofundar nos personagens e temas propostos?
A televisão é uma indústria e, por ela ter um ritmo muito rápido, o ator não consegue desenvolver um processo muito profundo. No teatro você tem tempo e consegue se reinventar e reciclar. É por isso que eu continuo fazendo teatro como atriz e diretora. Mas na televisão um dia é sempre diferente do outro e também há um aprendizado constante, só que em outro nível. A TV cumpre seu papel em oferecer uma discussão, mas é um debate mais geral porque ela tem um compromisso com a maioria. Ainda assim, existem pequenas bolhas onde é possível experimentar outras coisas. No seriado Queridos Amigos, em que eu fazia a psicanalista Lúcia, a gente tratava de temas profundos, mas era em um horário mais tarde.

Existe ainda algum preconceito por parte de profissionais do teatro em relação à linguagem televisiva?
Existia antigamente. Quando comecei a minha carreira, alguns atores de teatro ainda achavam que você só podia ser artista se fizesse teatro. Em televisão dizia-se que não era possível fazer arte. De lá para cá, as pessoas e a televisão mudaram muito. Os produtos são muito variados. Então, acho que não existe mais esse preconceito, especialmente entre os jovens atores. Eles estão loucos para fazer TV.