quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Malu Galli no Programa do Jo 20/11/2012


Malu Galli volta ao teatro com a tragédia ‘Oréstia’

ter, 20/11/12 por Editor | categoria Entrevistas 
Malu Galli interpretou a Lygia, patroa e amiga da Penha (Thaís Araújo), na novela Cheias de Charme. Agora, depois de 07 anos sem fazer teatro, ela volta como atriz e diretora com a tragédia “Oréstia”, trilogia escrita em 458 a. C., que está em cartaz no Rio de Janeiro.
“Fazer Ésquilo não é fácil, mas acho que fazer teatro é sempre um risco que você corre. No princípio, eu não queria fazer uma peça. Tudo começou em um projeto de estudo que eu tinha na minha casa com amigos e que estudava a tragédia”, comenta a atriz.
Segundo Malu Galli, todas as tragédias da antiguidade eram trilogias, mas a única que sobreviveu ao tempo foi “Oréstia”. “E dizem até que tinha uma sátira depois da trilogia de tragédia feita pelo mesmo autor”, conta.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Entrevista de Malu Galli ao site Globo Teatro

01/11/2012 - Atualizado em 05/11/2012

Oréstia

Além de atuar, atriz divide a direção com Bel Garcia

Malu Galli dirige e encena, na Casa de Cultural Laura Alvim, não apenas uma tragédia, mas aquela considerada por especialistas A tragédia: “Oréstia”, de Ésquilo, escrita em 458 A.C., única trilogia grega que sobreviveu ao tempo e chegou completa aos dias atuais. Malu mergulhou nesse universo primeiramente sem uma meta profissional, apenas movida pelo desejo de conhecer melhor a ancestralidade teatral. Aos poucos, foi encantando-se pela mitologia, filosofia e, especialmente, pelos personagens de Ésquilo: “O texto é apaixonante, e quando apareceu uma oportunidade de concorrer para patrocínio, eu me dei conta de que já tinha um projeto. Só precisava organizar”, conta.

Malu cercou-se de profissionais de reconhecida qualidade artística para montar uma equipe capaz de dar conta da empreitada. A coreógrafa Dani Lima responde pela direção de movimento; Afonso Tostes, pela cenografia e programação visual; Maneco Quinderé cuida da iluminação, particularmente importante em um espetáculo, “em que a luz tem uma função narrativa importante”, segundo Galli. Ela divide a direção com Bel Garcia, da Cia dos Atores. Completa a equipe Rómulo Fróes que, em parceria com Cacá Machado, concebeu toda a parte musical, outro aspecto crucial para uma peça com coro, elemento decisivo nessa dramaturgia: “Procurei alguém que, além de ter experiência com trilha para teatro, tivesse também um trabalho autoral, que fosse capaz de estabelecer um diálogo e também um confronto com o texto”, justifica Malu.

O elenco, composto por Malu, Bel, Luciano Chirolli, Otto Jr, Júlio Machado e Daniela Fortes teve aulas com Alexandre Costa, professor de filosofia grega. Vivenciaram um processo semelhante ao de uma companhia, forjando uma vocabulário próprio, familiaridade com o texto e intimidade neste período de pré-ensaio. Alexandre assina, juntamente com Patrick Pessoa, a tradução; Malu Galli e Bel Garcia respondem pela adaptação final, que procurou enfatizar alguns aspectos do texto de Ésquilo, desprezando temas secundários: “Procuramos preservar a poesia e certo eruditismo do texto, privilegiando o foco nas relações familiares, na figura dos heróis e sobretudo nas escolhas dos personagens, que afinal os fazem serem quem são”, explica Malu.

A montagem procura revelar a contemporaneidade do texto sem abrir mão das características que fazem dele um clássico. Galli lembra que o teatro de Ésquilo é, antes de tudo, uma experiência sensorial: “O coro apresenta uma coreografia específica e tem mais da metade das falas, que são cantadas; a música ocupa um espaço muito maior que no drama. O texto é um dos componentes do espetáculo, sem a centralidade que vai ter depois, quando a participação do coro diminui, até desaparecer”, ensina Malu. Ela reconhece que há ousadia em encenar uma tragédia num cenário cultural que privilegia o humor e a leveza, mas defende que a tragédia não é triste como o drama: “Tragédia é poesia, êxtase, música, beleza, uma experiência diferente”. Além disso, trabalha com arquétipos e questões universais, presentes no nosso inconsciente coletivo, como provam obras populares e bem sucedidas, como a recém-terminada novela “Avenida Brasil”: “Essa novela tinha vários elementos típicos da tragédia, como o retorno em busca da vingança, e o Brasil parou pra ver”, analisa. Assim Malu Galli estreia a temporada de “Oréstia”: apostando na excelência de Ésquilo e na inteligência do público, que tem a oportunidade singular de assistir a um espetáculo seminal para a história do Teatro.

domingo, 4 de novembro de 2012

ORÉSTIA - Malu Galli

ORÉSTIA, dramaturgia de Patrick Pessoa a partir da obra de Ésquilo, com tradução de Alexandre Costa e Patrick Pessoa. Escrito pelo autor grego em 458 a.C. e considerado por Nietzsche o apogeu da tragédia, o texto ganha montagem com Malu Galli, que estava ausente dos palcos havia cinco anos. Trata-se de uma fábula sobre o nascimento da democracia, que, além de Mallu, tem Bel Garcia, Luciano Chirolli, Otto Jr., Júlio Machado e Daniela Fortes no elenco. Direção de Malu Galli (100min). 16 anos. Casa de Cultura Laura Alvim -- Teatro (245 lugares). Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema, ☎ 2332-2016. Quinta a sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 40,00 (qui. e sex.) e R$ 50,00 (sáb. e dom.). Bilheteria: a partir das 16h (qui. e sex.); a partir das 15h (sáb. e dom.). Até 27 de janeiro. Estreia prometida para sábado (3).




quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Entrevista Malu Galli Parte 3 04/09/2012


Você é casada com um artista plástico. Ele tem ciúmes de suas cenas?
Não, não tem ciúmes. Ele é bastante compreensivo, até por ser
artista também.
Como é sua relação com seu filho, Luiz?
Meu filho é tudo para mim. Sou uma mãe bastante protetora e
amorosa. Às vezes peco pelo excesso! Somos bastante companheiros e nos divertimos juntos.
Já viveu problemas parecidos com os que existem entre a Lygia e Samuel [personagem de Miguel Rocato]? 
Ainda bem que não, mas acho que quando a adolescência chegar,
alguns problemas chegarão também, é inevitável. Ele compreende minha profissão e me apoia muito. Me dá ideias e faz críticas super pertinentes.
Já conseguiu fazer aquela viagem para a Itália e a Grécia?
Ainda não fiz a viagem, mas quem sabe no ano que vem. Estava com roteiro pronto e surgiu o convite para a novela.
Você já afirmou que seu maior defeito é a irritabilidade. O
que mais lhe tira do sério?
Perco a paciência com incompetência e arrogância. As duas coisas juntas, então... Mas tenho tentado me trabalhar para não levar as coisas tão a sério.
Você está prestes a completar 41 anos. Bateu alguma crise de idade?
Crises vêm e vão. Procuro não valorizar essa crise da idade porque, principalmente com as mulheres, ela surge provocada por uma sensação de inadequação em um mundo onde a juventude é tida como a maior virtude. Isso não é justo. Nem sábio.
Divulgação/TV Globo
Divulgação/TV Globo
Em uma entrevista, você disse que gostaria de ser uma cantora negra com uma voz incrível. Qual a sua relação com a música?
Amo música. Me arrependo de não ter me desenvolvido mais, não
tocar um instrumento.
Toparia fazer um musical?
Claro que sim! E vou fazer: em novembro estreio uma peça em que vou cantar bastante.
Como surgiu o lado diretora da Lygia?
Surgiu por acaso, lendo uma peça que tinha sido convidada para
atuar. Mas, enquanto lia, só pensava em dirigir aquilo. Daí, resolvi
ouvir o meu instinto e produzi a peça para poder colocar aquelas
ideias em prática.
Como você lida com a crítica? Ela é importante?
Procuro dar o valor exato que a coisa tem, nem mais, nem menos.
Procuro escutar de coração aberto.
Entre atuar e dirigir, o que te chama mais para a dramaturgia?
Acho que ainda prefiro atuar. Dirigir é uma coisa esporádica na
minha vida, só faço quando acontece de me sentir desafiada a
fazê-lo.
Você tem uma ampla experiência no teatro e agora está mais
atuante na TV. Acha que o teatro dá mais oportunidades para o ator se aprofundar nos personagens?
Sim, o processo de ensaios, a temporada, tudo isso te dá uma
relação de estudo e construção da personagem bastante aprofundada.
Dá para viver de arte sem estar na mídia?
Claro que sim. Muita gente vive. Tem que produzir muito, trabalhar
muito. Verdade que algumas coisas ficam mais fáceis, ou mais
acessíveis quando se trabalha na TV.
Divulgação/TV Globo
Divulgação/TV Globo
Você ficou cerca de dez anos longe da televisão. Foi uma
escolha?
Não considero que tenha ficado 10 anos longe da TV, porque considero minha estreia na série 'Queridos Amigos'. Antes disso, as pessoas não me conheciam. O trabalho que fiz em 'Anos Rebeldes' foi uma pontinha, passei em um teste para ser uma das amigas da personagem da Malu Mader, quase não falava. Foi bom para aprender, para observar meus colegas trabalhando. Não foi uma escolha não fazer TV durante todo este tempo, eu bem que tentei, fiz testes, deixei material, etc. Mas, é difícil conseguir uma chance.
De 'Três Irmãs' para cá, você emplacou uma novela atrás da
outra. Os diretores te redescobriram?
Os diretores me descobriram. Eles não me conheciam. A maioria não vai ao teatro.
'Tempos Modernos' não foi bem de audiência. Em sua opinião, porque a novela não emplacou?
'Tempos Modernos' era confusa. A história passou por muitas
modificações e não encontrou um trilho. A ideia era boa, mas nem
sempre acontece de uma boa ideia dar uma boa novela.
Nas horas vagas, você assiste novela?
Quando estou gravando novela, não consigo assistir muito. Assisto a minha para acompanhar meu trabalho e dos meus colegas. Então, não sobra muito tempo para ver as outras.
Qual balanço você faz de sua trajetória na TV?
Como disse antes, eu considero que faço TV há 5 anos. De lá para cá, fiz trabalhos bem diferentes uns dos outros, trabalhei com diretores excelentes, tive colegas maravilhosos. Acho isso um privilégio. Sinto que estou construindo uma história sólida e
bonita.
Assistiu à reprise de 'Anos Dourados' no Viva? 
Adoro 'Anos Rebeldes'! Um barato ver a gente tão novinho ali. A
série foi um marco na televisão brasileira, um trabalho primoroso
de toda a equipe. Dá uma nostalgia gostosa.

Entrevista Malu Galli parte 2


FAMOSIDADES - 'Cheias de Charme' caminha para se tornar o maio sucesso do horário nos últimos anos. Você esperava uma resposta tão positiva do público?
MALU GALLI - Sempre que começamos um trabalho, esperamos que seja um sucesso, mas, realmente o sucesso de 'Cheias de Charme' superou todas as expectativas.
Qual o segredo desse sucesso absurdo?
O segredo é ser uma ideia original, em uma novela muito bem escrita, bem dirigida, com um elenco talentoso.
Muito tem se falado sobre fazer TV para a tal classe C. Você acha que a novela foi pensada com esse propósito?
Acho que sim. Hoje em dia tem se levado muito em consideração o público alvo de um projeto.
Onde você buscou inspiração para viver a Lygia?
A inspiração para fazer Lygia foi a minha própria vida pessoal, as
mulheres que trabalham muito, que têm filhos e uma casa para
administrar, vivem a realidade da Lygia e se identificam com ela.
Como surgiu o convite para a novela das 19h?
O convite veio da Denise Saraceni [diretora do folhetim]. Foi uma surpresa boa, queria muito voltar a trabalhar com ela depois que fizemos 'Queridos Amigos'.
Você emendou 'A Vida da Gente' com 'Cheias de Charme'. Como você fez para se livrar da Dora tão rápido?
As duas novelas são muito diferentes, o texto, o tom, a direção
das cenas. As duas personagens também. Não foi difícil compor algo diferente.
Como é a Malu patroa?
Acho que sou uma patroa legal, justa, mas não sei se sou tão gente boa como a Lygia. Ela é imbatível!
Encontrou alguém como a Penha [personagem de Taís Araújo]?
A minha empregada está comigo há 10 anos, me ajudou a criar meu filho e devo a ela a tranquilidade que tinha ao sair para trabalhar e saber que ele estaria bem cuidado.
Divulgação/TV Globo
Divulgação/TV Globo

Entrevista Malu Galli 04/09 Parte 1


04/09/2012 | Por Famosidades-- Famosidades

Malu Galli

Atriz falou sobre sucesso em "Cheias de Charme", relação com sua empregada e seu trabalho no teatro


FAMOSIDADES
FAMOSIDADES
Por WALLACE CARVALHO
RIO DE JANEIRO - Na TV, Malu Galli passou por um delicado problema de saúde, foi demitida do emprego, não sabe que o marido é um galinha e tem um filho que só arruma problema.
Na vida real, a atriz vive em paz com o parceiro, o artista plástico Afonso Tostes, e o filho Luis, de 11 anos, tem uma saúde de ferro e vive um ótimo momento profissional. Malu só não conseguiu realizar o sonho antigo de visitar a Grécia e a Itália. “Estava com roteiro pronto e surgiu o convite para a novela”, explicou ao Famosidades.
No ar como a advogada Lygia, em “Cheias de Charme”, a atriz reconhece que não é uma patroa tão sensacional como sua personagem, mas que encontrou sua Penha na vida real. “A minha empregada está comigo há 10 anos, me ajudou a criar meu filho e devo a ela a tranquilidade que tinha ao sair para trabalhar”, contou.
Ao contrário do que dizem os autores da trama das 19h, Malu acredita que o folhetim foi, sim, planejado para conquistar a tão falada classe C. Porém, os excelentes números de audiência pegaram a equipe de surpresa. “Superou todas as expectativas.”
Pouca gente se lembra, mas o primeiro trabalho da carioca na TV foi em 1992, na minissérie “Anos Dourados”. No entanto, ela afirma que sua estreia só aconteceu de fato em 2005, quando conseguiu um papel em “Queridos Amigos”.
“Antes disso, as pessoas não me conheciam. O trabalho que fiz em ‘Anos Rebeldes’ foi uma pontinha, passei em um teste para ser uma das amigas da personagem da Malu Mader, quase não falava”, lembrou.
Desde a produção assinada por Maria Adelaide Amaral, Malu vem emplacando uma novela atrás da outra. “Os diretores me descobriram. Eles não me conheciam. A maioria não vai ao teatro.”
Durante o papo, a atriz ainda falou sobre crises de idade, seu trabalho nos palcos, a relação com a música e sobre o fracasso de “Tempos Modernos”. Confira!
Divulgação/TV Globo
Divulgação/TV Globo

segunda-feira, 16 de julho de 2012




http://tvg.globo.com/novelas/cheias-de-charme/Bastidores/noticia/2012/07/fiquei-feliz-com-o-carinho-do-publico-diz-malu-galli-apos-drama-vivido-por-lygia.html


A atriz Malu Galli, que interpreta a advogada Lygia na novela Cheias de Charme, está super feliz com a repercussão da personagem. Lygia viveu momentos turbulentos na trama. Ela passou por poucas e boas após ser internada por causa de uma apendicite não tratada no início. Lygia piorou, teve infecção e ficou entre a vida e a morte no hospital.
Malu comenta que as cenas foram fortes e bem difíceis, mas ficou feliz com a reação do público. “Outro dia a caixa de um supermercado perguntou: “A Lygia não vai morrer não, né?”. Ela também lembra de uma viagem que fez a São Paulo e o recepcionista do hotel, depois de hesitar um pouco, acabou perguntando se ela morreria.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MALU GALLI ELOGIA EQUIPE: ‘MUITO GOSTOSA’

dom, 19/02/12 por editor | categoria Extras, Ludimila, A Viúva do Maranhão

No papel de Marilene, Malu Galli é a melhor amiga de Ludimila (Patrícia Pillar) em “A viúva do Maranhão”. Ela faz de tudo para dar uma guinada na vida amorosa da amiga depois da morte do marido. “Minha personagem é a Marilene, mulher divertida, tipo dourada, despachada. Foi muito gostoso contracenar com a Patrícia, com o Leopoldo Pacheco, com o Marcello Antony. Uma equipe muito gostosa de trabalhar, concentrada e carinhosa”.

E Malu, que disse ter adorado sua participação em As Brasileiras, descreveu a força da nossa mulherada: “A mulher brasileira é muito forte, tem muito temperamento. É uma mulher muito ativa, mesmo as que ficam dentro de casa. Ela é sensual, tem essa coisa da latinidade que é muito forte no Brasil. Tem ainda a África nessa mistura. É muito carismática!”

As Brasileiras é um programa de Daniel Filho, inspirado na obra audiovisual “As Cariocas”, realizada com base na obra de Sérgio Porto. Uma coprodução da Rede Globo com a Lereby, a série vai ao ar às quintas-feiras, na Rede Globo, logo após o Big Brother Brasil.

Marias do Lar com Malu Galli


Malu Galli, a Dora, terá pouco tempo de férias: atriz está confirmada em "Marias do Lar", cujas gravações já começaram
Divulgação/Globo


Malu Galli, que dá vida à Dora, é a que menos tempo deverá ter de férias. Ela está confirmada em "Marias do Lar", próxima novela das sete. As gravações da trama inclusive já começaram e estão em ritmo acelerado. Cenas importantes, como no Piauí, e no Rio de Janeiro, em um show de Michel Teló, foram gravadas recentemente. Na história de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, a atriz interpretará a Lygia, patroa de Maria da Penha, papel de Taís Araújo e que será uma das três protagonistas.

domingo, 29 de janeiro de 2012

180º dia 30 de Janeiro no Canal Brasil as 22hs



Malu na feira da Babilônia

Malu comenta personagens de A Vida da Gente

evista dez +
08/01/2012 16:38

Com amor é mais fácil

Sem agressões e com carinho, Dora consegue que namorado faça o que ela quer em 'A Vida da Gente'REDAÇÃO
Na vida real, a atriz Malu Gali conta que o marido cuidou do filho para ela viajar a trabalho

Dora (Malu Galli) recebeu Marcos, personagem de Ângelo Antônio em "A Vida da Gente", de braços abertos. Para sorte dele, que costumava ser humilhado pela primeira mulher, Vitória (Gisele Fróes).

E foi sem agressões verbais, mas com carinho, que Dora disse ao marido que, para o relacionamento deles dar certo, era preciso que ambos trabalhassem. Ele logo arranjou um emprego. “Se Marcos é um bon vivant, se tem uma falha de caráter, Lícia (Manzo, autora) é quem sabe, mas acho que ele é um homem sensível. E Dora sempre o valorizou. Marcos se sente forte, confiante ao lado dela”, opina Malu, que na vida real já trocou os “papéis” com seu marido, o artista plástico Afonso Tostes: “Fiquei um mês viajando pela França a trabalho, enquanto meu marido ficou cuidando do nosso filho, Luiz (de 11 anos). Temos de acabar com esse tabu, não existe mais isso na vida real e a novela mostra essa questão.”

No entanto, depois de aceitar um emprego numa agência de turismo, Marcos começará a ter problemas de relacionamento no trabalho, por achar que ocupa um cargo inferior ao que merece.

“Aos 20 anos você topa trabalhar em qualquer lugar, porque está começando a vida, a carreira. Mas, aos 40, quando ele tem um determinado conhecimento, ele tem também uma certa arrogância. Vamos ver se ele será humilde ou se vai preferir perder tudo”, diz a atriz, de 40 anos, que entende o drama do personagem: “Também teria dificuldade de trabalhar num lugar medíocre, sabendo que poderia render muito mais”.

Nas ruas, Malu Galli tem sentido a boa repercussão da trama: “As pessoas me dizem que adoram o casal (Marcos e Dora), torcem pelos dois juntos, dizem que são lindos e adoram esse romantismo que existe na relação deles”.

Malu Galli fala sobre sua personagem Dora e a TV.

Atriz busca realismo com personagem em 'A Vida de Gente'
14 de janeiro de 2012 18h53 atualizado às 19h29

Malu Galli está no elenco de 'A Vida de Gente'. Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias/Divulgação

Malu Galli está no elenco de 'A Vida de Gente'
Foto: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias/Divulgação

Apesar de ter estreado na televisão em Anos Rebeldes, de 1992, faz pouco tempo que Malu Galli começou a aparecer no vídeo com mais frequência. Seu atual papel, a Dora deA Vida da Gente, é mais próximo de sua realidade e um dos mais marcantes que fez na TV.

Sua personagem é uma médica que vive um conflito familiar: está lidando com a dificuldade de relacionamento entre sua filha e as de seu companheiro, Marcos, de Ângelo Antônio. Além disso, ela enfrenta problemas financeiros.

Na trama, Marcos deixa a mulher Vitória, vivida por Gisele Fróes, para iniciar o romance com a médica. "Não chegou a ser um triângulo amoroso porque o relacionamento da Vitória e do Marcos já estava arruinado. Ele se encanta pela Dora porque ela é tudo o que a ex-mulher não era. Até por isso, as duas personagens têm figurinos e tons completamente diferentes", analisa.

A Dora não tem características marcantes e a trama dela é muito próxima do cotidiano do público. Apesar disso, você fez algum tipo de preparação?
O Jayme (Monjardim, diretor) conversou muito comigo e com o Ângelo e disse que queria personagens que fossem próximos de nós mesmos. Eu sou mãe, já me divorciei, então essas questões me ajudaram para que não fosse necessário nenhum tipo de composição. Eu usei a minha própria bagagem para interpretá-la. A preparação foi encontrar o tom da novela, que busca despojamento e o máximo de naturalidade.

Em A Vida da Gente os personagens não são caracterizados como mocinhos ou vilões. Isso agrada você?
Gosto muito do tema da novela. Quando eu soube que a novela ia ser assim, o mais próximo possível da realidade, achei muito legal porque ainda é raro ver isso nas novelas. A Dora traz uma discussão muito contemporânea sobre o casamento de hoje em dia, em que você mistura filhos de casamentos diferentes. Outra questão envolvendo ela e o Marcos é a dos papéis familiares. Eles trazem a discussão do quão machista nós ainda somos em achar que o homem tem de ser necessariamente o provedor.

Você acha que esse perfil de personagem é uma tendência nas novelas?
Acho que essa não é uma tendência só da televisão. É uma tendência contemporânea, do teatro, do cinema. O público está querendo ver uma coisa descomposta de artificialidade. Os seriado americanos já apontam para uma teledramaturgia que a gente agora está começando a desenvolver aqui. Em que personagens fazem o mal sem serem essencialmente ruins, sem estereótipos. O público gosta de torcer, condenar, xingar, mas ele também gosta de se identificar com o que vê. Claro, que, em alguns casos, a artificialidade também é super bem-vinda.

Você tem uma ampla experiência no teatro e agora está mais familiarizada com a TV. Acha que o teatro dá mais oportunidades de o ator se aprofundar nos personagens e temas propostos?
A televisão é uma indústria e, por ela ter um ritmo muito rápido, o ator não consegue desenvolver um processo muito profundo. No teatro você tem tempo e consegue se reinventar e reciclar. É por isso que eu continuo fazendo teatro como atriz e diretora. Mas na televisão um dia é sempre diferente do outro e também há um aprendizado constante, só que em outro nível. A TV cumpre seu papel em oferecer uma discussão, mas é um debate mais geral porque ela tem um compromisso com a maioria. Ainda assim, existem pequenas bolhas onde é possível experimentar outras coisas. No seriado Queridos Amigos, em que eu fazia a psicanalista Lúcia, a gente tratava de temas profundos, mas era em um horário mais tarde.

Existe ainda algum preconceito por parte de profissionais do teatro em relação à linguagem televisiva?
Existia antigamente. Quando comecei a minha carreira, alguns atores de teatro ainda achavam que você só podia ser artista se fizesse teatro. Em televisão dizia-se que não era possível fazer arte. De lá para cá, as pessoas e a televisão mudaram muito. Os produtos são muito variados. Então, acho que não existe mais esse preconceito, especialmente entre os jovens atores. Eles estão loucos para fazer TV.