quinta-feira, 18 de abril de 2013

Com Malu Galli, 'Oréstia' revive tragédia grega


Com Malu Galli, 'Oréstia' revive tragédia grega

Além de assinar a concepção do espetáculo, a atriz atua e dirige a peça...

sammy eduardo
foto: DivulgaçãoMalu Galli
Malu Galli
Depois de estrear em novembro do ano passado no Rio de Janeiro, o espetáculo teatral Oréstia, que revive uma tragédia grega escrita por Ésquilo em 458 a.C., chega à São Paulo para uma curta temporada. A peça tem concepção assinada por Malu Galli, que, além de atuar, divide a direção do espetáculo com Bel Garcia.
Apesar de considerar um tanto quanto complexo o fato de encenar e dirigir a peça, Malu não vê maiores problemas. “É um pouco complexo. Convidei a Bel Garcia justamente para ter esse olhar de fora, porque quando você está em cena não tem muito a noção do todo. Então a Bel me dá esse feedback, esse olhar de fora”, diz a atriz. “Mas é complicado, pois quando você está trabalhando em uma das coisas você está pensando na outra. Tem que ter um trabalho interno bem grande para saber dividir, por exemplo, ‘agora estou só como atriz’ ou ‘agora estou só como diretora’, para não se dispersar e pensar em várias coisas ao mesmo tempo”, continua.
Enredo
Oréstia conta a história dos filhos de Atreu, Agamêmnon e Menelau, ambos reis de importantes cidades gregas no passado, que chefiam a partida dos conterrâneos para Troia, comandando um exército de mil navios. No caminho, porém, são condenados a esperar pelos ventos que a deusa Ártemis fizera cessar, impedindo as embarcações de seguirem caminho. Para que os ventos voltassem a soprar, a deusa exige em troca o sacrifício de Ifigênia, filha de Agamêmnon e Clitemnestra. Ele, então, sacrifica a filha, ganha os ventos e parte para a guerra com o seu exército.
Passados dez anos, quando volta da batalha, no entanto, é morto por sua esposa durante o banho.  Clitemnestra queria vingar a morte da filha. Passam-se mais dez anos e Orestes, outro filho de Clitemnestra e Agamêmnon, retorna do exílio — para onde fora enviado por sua mãe — e trama vingar a morte do pai. Incentivado por Electra, sua outra irmã, ele então assassina a própria mãe, atraindo para si a perseguição das Fúrias, entidades arcaicas que condenam os assassinos do próprio sangue.
Amparado pelo deus Apolo, Orestes é enviado a Atenas, onde a deusa Atená instaura um tribunal para julgá-lo, organizando um júri composto por cidadãos atenienses. Pela primeira vez, um crime de sangue era julgado pelos homens, e não mais pelos deuses, como sempre havia sido, culminando com a absolvição de Orestes.
Adaptação
A bela história da trama seduziu Malu, que idealizou e concebeu a peça no Brasil. “A história é fascinante, incrível e linda. E como o Ésquilo é o primeiro dos três tragediógrafos, e o mais antigo, toda simbologia é muito ancestral”, conta diretora. “Você vai vendo e relembrando as histórias do acidente. Reconhece Shakespeare, e reconhece muitos autores a partir da leitura de Ésquilo. Falo que é como se você abrisse uma arca do tesouro, de onde você tira toda a dramaturgia ocidental, é muito sedutor”, afirma a atriz que interpreta Clitemnestra.
Segundo ela, para criar Oréstia foram, ao todo, dois anos de trabalho entre as primeiras reuniões, os primeiros grupos de estudo, depois a tradução que foi feita especialmente pela equipe da peça, até a adaptação e os ensaios.
Malu também participa da série Entre Tapas & Beijos, da Rede Globo. Para a atriz, a divisão de trabalhos tem sido tranquila. “Em Entre Tapas & Beijos gravamos apenas de segunda a quinta e o espetáculo está em cartaz às sextas, sábados e domingos. Então está dando para conciliar”, garante.
Além dela, o elenco (que a própria Malu escolheu) de Oréstia conta com Daniela Fortes, Gisele Froes, Júlio Machado, Luciano Chirolli e Otto Jr. 
Serviço:
“Oréstia” – Teatro Augusta; Rua Augusta, 943, Consolação, São Paulo; de sextas e sábados às 21h, domingos às 18h30. Ingressos: R$ 50. Informações: (11) 3151-4141 ou www.ingressorapido.com.br.

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